ATA DA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 20.02.1998.

 


Aos vinte dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Primeira Sessão Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 07/98 (Processo nº 576/98); pelo Vereador Carlos Garcia, a Indicação nº 08/98 (Processo nº 548/98); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 10/98 (Processo nº 524/98); pela Vereadora Clênia Maranhão, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Gerson Almeida, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 81/97 (Processo nº 1396/97); pelo Vereador Hélio Corbellini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 07/98 (Processo nº 495/98); pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Projeto de Lei do Legislativo nº 01/98 (Processo nº 256/98); pelo Vereador João Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 08/98 (Processo nº 502/98). Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamentos: do Vereador Carlos Garcia, do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 18/97 (Processo nº 2499/97), dos Projetos de Lei do Legislativo nºs 117, 118 e 124/97 (Processos nºs 1878, 1897 e 2009/97, respectivamente), do Projeto de Resolução nº 31/97 (Processo nº 3104/97); do Vereador Gerson Almeida, dos Projetos de Lei do Legislativo nºs 150, 158, 196, 197 e 210/97 (Processos nºs 2478, 2666, 3328, 3329 e 3543/97, respectivamente); do Vereador João Carlos Nedel, do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 28/97 (Processo nº 3704/97); do Vereador João Motta, do Projeto de Lei do Legislativo nº 10/93 (Processo nº 507/93); do Vereador  Juarez  Pinheiro, do  Projeto  de  Lei  Complementar do Legislativo nº 23/97 (Processo nº 2808/97), dos  Projetos  de  Lei  do Legislativo nºs 94 e 181/97 (Processos nºs 1524 e 3099/97, respectivamente). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 77, 83 e 84/98, do Senhor Prefeito Municipal  de  Porto  Alegre; 01/98, do  Vereador  Antônio  Alfredo  de Souza, Presidente da Câmara Municipal de Água Santa/RS; 01/98, do Vereador Alvadi Antônio Griseli, Presidente da Câmara Municipal de Ponte Preta/RS; 01/98, do Vereador Darcísio Inácio Braun, Presidente da Câmara Municipal de Feliz/RS; 01/98, do Senhor André Karst Kaminski, Presidente da Corregedoria dos Conselhos Tutelares do Município de Porto Alegre/RS; 01/98, do Vereador Paulo Schütz, Presidente da Câmara Municipal de Pareci Novo/RS; 02/98, da Vereadora Ani Frey, Presidenta da Câmara Municipal de Cachoeira do Sul/RS; 02/98, do Vereador Apolônio Wittmann, Presidente da Câmara Municipal de Morro Reuter/RS; 03/98, do Vereador Álvaro Nilton Mendes da Silva, Presidente da Câmara Municipal de Arroio Grande/RS; 03/98, do Vereador Clóvis Santo Demichei, Presidente da Câmara Municipal de Tunas/RS; 06/98, do Vereador Antonio Braga, Presidente da Câmara Municipal de Campo Grande/MS; 09/98, do Vereador Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Goiânia/GO; Cartão: do Vereador Luiz Carlos Stefanello, Presidente da Câmara Municipal de Frederico Westphalen/RS. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Em Discussão Geral e Votação Nominal esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 86/97, com Veto Total a ele aposto, que teve adiada sua discussão por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador Gilberto Batista, encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Maria do Rosário, Cláudio Sebenelo, João Dib, Gilberto Batista e Paulo Brum. Em Discussão Geral e Votação Nominal esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 168/97, com Veto Total a ele aposto, que, a Requerimento, aprovado, da Vereadora Tereza Franco, teve adiada sua discussão por uma Sessão. Na ocasião, o Senhor Presidente, face à solicitação do Vereador Isaac Ainhorn, prestou esclarecimentos acerca do teor da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 41/96. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 41/96 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 47/97, por vinte e quatro votos SIM e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e optado pela Abstenção o Vereador Pedro Ruas. Foi aprovado o Requerimento nº 37/98  (Processo nº  580/98 - Moção  de Solidariedade à FRASAP e à ABAP, em sua luta pela averiguação de responsabilidade pela dívida de empresas e instituições junto ao INSS), de autoria do Vereador Gerson Almeida, por vinte e um votos SIM, dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Gerson Almeida, Adeli Sell, Pedro Ruas, Cláudio Sebenelo, João Dib, Clênia Maranhão, Carlos Garcia e Sônia Santos, em votação nominal solicitada pelo Vereador Gerson Almeida, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Carlos Nedel, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco, votando Não os Vereadores Cláudio Sebenelo, este com Declaração de Voto, e Gilberto Batista e optando pela Abstenção o Vereador Isaac Ainhorn. Na ocasião, o Senhor Presidente solicitou à Diretoria Legislativa que encaminhasse à Procuradoria da Casa questionamentos sobre medidas a serem adotadas frente à incidente verificado junto à Mesa dos trabalhos, quando foi danificado o Processo nº 565/98 (Projeto de Resolução nº 06/98) pelo Vereador Clovis Ilgenfritz. Também, o Vereador Juarez Pinheiro, secretariando os trabalhos, e, posteriormente, os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Gilberto Batista, Cláudio Sebenelo e Maria do Rosário manifestaram-se acerca deste incidente e acerca da tramitação, na Casa, do Processo nº 565/98. Ainda, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Paulo Brum, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação do Requerimento nº 37/98. Às dez horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às dez horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência de “quorum”. Após, o Vereador Gerson Almeida formulou Requerimento verbal solicitando sejam buscadas maiores informações quanto a manifestações efetuadas por Vereadores deste Legislativo, de que a Prefeitura Municipal possuiria débitos com a categoria dos aposentados. Ainda, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Darci Tonine, Presidente do PTB do Município de Lajeado, e dos Senhores Sandro da Silva e Márcio Tonine. Foram aprovados os Requerimentos nºs 38 e 32/98 (respectivamente, Processos nºs 581/98 - Grande Expediente para homenagear o Colégio Nossa Senhora das Dores - e 516/98 - Sessão Solene para homenagear o Instituto Porto Alegre), de autoria do Vereador Carlos Garcia. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 07/97 (Processo nº 925/97). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão discorreu sobre o quadro atualmente apresentado pelo sistema educacional gaúcho, comentando a decisão do Governo Estadual de contratar professores e abrir vagas para novos alunos nas escolas públicas do Estado. O Vereador Carlos  Garcia  contraditou   o   pronunciamento   da   Vereadora   Clênia  Maranhão, acerca da atuação do Governo do Estado na área educacional, manifestando-se sobre o encaminhamento dado à abertura de novas vagas para alunos em escolas públicas e ao preenchimento dos cargos de professor oriundos dessa medida. O Vereador João Dib criticou atrasos do Executivo Municipal nas respostas a Pedidos de Informações formulados por Vereadores deste Legislativo. Ainda, congratulou-se com o Poder Executivo por contrato assinado com empresa porto-alegrense, visando verificar guias e melhorar a arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços na Cidade. Na ocasião, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou informações acerca da matéria a ser apreciada durante a Ordem do Dia da Sessão Ordinária de vinte e cinco de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cláudio Sebenelo teceu considerações acerca do Complexo Comercial e Habitacional “Projeto Hermes”, comentando artigo a respeito publicado no Jornal Zero Hora, intitulado “Sim, menos no meu quintal”. Também, leu trechos de laudo do Laboratório de Sistemas de Transporte, referente ao estudo de tráfego desenvolvido pela Empresa EPM-Consultoria e Representações Ltda. para o Projeto acima referido O Vereador Gilberto Batista manifestou-se sobre a matéria veiculada hoje pelo Jornal Zero Hora, relativa aos problemas verificados na Região Metropolitana na área da saúde pública, destacando a necessidade de organização dos municípios na busca da municipalizarão da saúde e do direito a recursos federais. Ainda, solicitou a presença, na Casa, do Secretário Municipal da Saúde, para prestar esclarecimentos acerca da redução de leitos do Sistema Único de Saúde em Porto Alegre. O Vereador Isaac Ainhorn analisou a aliança que vem sendo buscada entre o PDT e o PT, com vista às eleições do corrente ano, salientando que tal aliança não deve representar qualquer participação do seu Partido na administração da Cidade. Nesse sentido, declarou que o PDT possui críticas à atuação do PT à frente do Executivo Municipal. O Vereador Paulo Brum reportou-se a pronunciamentos feitos anteriormente por Sua Excelência, referente à discriminação sofrida por portadora de deficiência física, impedida de participar das eleições para os Conselhos Tutelares de Porto Alegre, afirmando ter recebido a visita do Vice-Prefeito José Fortunati, o qual declarou que se empenhará para a melhor solução deste caso. A Vereadora Maria do Rosário saudou a atitude do Prefeito Municipal de Caxias do Sul, com a incorporação, através do debate político, do Partido Democrático Trabalhista na administração daquele Município, ressaltando a importância do diálogo entre os partidos ligados ao campo popular em contraposição ao projeto neoliberal vigente no País. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador João Dib traçou paralelo entre a teoria e a prática assumida pelo Partido dos Trabalhadores quanto à regularização fundiária e à retomada de posse em casos de ocupação de terras. Lembrou que, segundo a Lei Orgânica Municipal, os Poderes Executivo e Legislativo  são  iguais  e  harmônicos  entre  si. Falou  sobre a construção de uma pista de eventos em área do Parque Marinha do Brasil e salientou que tal obra depende da autorização desta Casa. O Vereador João Carlos Nedel, registrando ser o Pedido de Providências o instrumento do Vereador para solicitar ao Executivo Municipal medidas de caráter político-administrativo, lamentou a falta de respostas verificada a solicitações de obras efetuadas por integrantes deste Legislativo. O Vereador Cláudio Sebenelo afirmou não existir uma política concreta na área de esgotos pluviais e de saneamento nos arroios de Porto Alegre, comentando matérias a respeito publicadas na imprensa gaúcha e questionando divulgação da Revista Ecos, de responsabilidade da Prefeitura Municipal, onde são as arroladas obras de recuperação do Arroio Dilúvio. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou informações acerca do artigo 184 do Regimento Interno. A seguir, por solicitação do Vereador Gilberto Batista, foi efetuada nova verificação de “quorum” e, constatada a inexistência do mesmo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às doze horas e quarenta minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Guilherme Barbosa, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo quórum, passamos à                           

  

 

ORDEM DO DIA

 

 

Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt que solicita licença para tratamento de interesse particular na data de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de Licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1430/97 - VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que estabelece proibição, às bancas de jornais e revistas, livrarias, sebos e similares, de exposição de publicações sobre armas e munições, sem embalagens lacradas, no Município de Porto Alegre.

 

Pareceres

- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela rejeição do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela manutenção do Veto Total;

- da CECE. Relator  Ver. Eliseu  Sabino:  pela  rejeição do Veto Total;

- da  COSMAM.  Relator   Ver.  Pedro   Américo  Leal:    pela   rejeição  do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Gilberto Batista solicitando adiamento da discussão do PLL nº 86/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, por uma Sessão.  O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PDT gostaria de examinar, hoje, esse veto. No entanto, o autor do Projeto não se encontra, porque está devidamente licenciado, e o ilustre Ver. Gilberto Batista  assume na manhã de hoje no lugar do Ver. Antonio Hohlfeldt, informa-me a douta Diretoria Legislativa desta Casa.

Nós queremos derrubar esse Veto. O Projeto tem uma natureza meritória: "proíbe, nas bancas de jornais e revistas, livrarias, sebos e demais pontos de comercialização no Município, a exposição e a venda de publicações referentes a armas e munições que estejam dentro de embalagens lacradas".

Vejam a razão do Veto do Sr. Prefeito  Municipal - somos, em princípio, contra o adiamento da sua discussão -: "Veto o referido Projeto de Lei por considerá-lo contrário ao interesse público. Não obstante acreditar no meritório escopo do Legislador. Entendo que a citada proibição é dirigida equivocadamente aos comerciantes de jornais, revistas e livros, quando, na verdade, deveria ser dirigida às editoras ou empresas distribuidoras".

Eu não consigo entender os vetos do Sr. Raul Pont. Cada vez ele comete equívocos mais flagrantes. Primeiro, vetou o Projeto que dava o nome do  Prof. Osvaldo Rolla - o "Foguinho" - a uma rua.  Agora, ele veta o Projeto que proíbe a exposição de revistas de armas e munições, do Ver. Reginaldo Pujol. Diz que o sentido é bom, mas que deveria ser dirigido às editoras. Como vai o legislador municipal tomar medidas contra uma editora de outro Estado, de outra cidade? A competência do vereador é municipal, e só sobre o município que ele pode legislar.

Nós estamos preocupados com os constantes equívocos dos vetos do Sr. Prefeito Municipal. Não sei se os equívocos são do Prefeito Raul Pont ou de sua assessoria. Alguma coisa não vai bem. Reafirmo e reitero, Srs. Vereadores: alguma coisa não vai bem nos vetos. Nós queremos encaminhar favoravelmente ao adiamento da discussão desse veto.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu ia dizer que a televisão não deve distorcer os encaminhamentos, mas o Ver. Isaac Ainhorn entrou, finalmente, no assunto. A Questão de Ordem ficou sem razão de ser.

 

 

O SR. ISAAC AINHORN:  Talvez queiram cercear este Vereador, querem cercear a prática mais comum neste Legislativo.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não sei se é por efeito da presença da televisão, mas o Ver. Isaac Ainhorn não está encaminhando o Requerimento. Ele está discutindo o mérito do veto.

 

O SR. PRESIDENTE: A Questão de Ordem de V. Exa. é idêntica à Questão de Ordem do Ver. João Dib. O Ver. João Dib retirou a sua, pois o Ver. Isaac já havia entrado no assunto.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu quero agradecer à  Mesa Diretora, ao  ilustre Presidente, que não poderia ser diferente, que, aliás, é a tradição desta Casa, se comportar como um magistrado. Em nenhum momento este Vereador desviou-se do tema básico, que é o adiamento da discussão  do Veto do Sr. Prefeito a um Projeto de Lei de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que estabelece vedações e proibições às bancas de jornais e revistas, livrarias, sebos e similares da venda e publicações sobre armas e munições.

Acho que a questão vai merecer o adiamento, porque exige um debate mais profundo, porque temos que aprofundar esses constantes vetos praticados pelo Sr. Prefeito Municipal. O que está havendo com o Prefeito, Ver. José Valdir? Será que é a proximidade com o carnaval e o clima momesco o deixou nesse clima de vetos e equívocos? Não. Nós temos que adiar esse Projeto, até para permitir um amplo debate sobre os vetos do Sr. Prefeito Municipal.

Aqui temos uma mostra: vamos fazer uma aliança, já está praticamente definida, a aliança do PT e do PDT, politicamente, em nível estadual e federal. Isso é um encaminhamento normal, pela nossa linha política, pelas nossas identificações contra o neoliberalismo. Agora, quero dizer que, aqui em Porto Alegre, nós, o Ver. Pedro Ruas, o Ver. Nereu D'Ávila, o Dep. Vieira da Cunha - tenho certeza - mantemos a nossa linha de crítica à administração do Prefeito Raul Pont. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar pela Bancada do PT.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, seria desnecessário encaminhar essa solicitação de adiamento não fosse o discurso entusiasmado - eu quero caracterizá-lo assim - do Ver. Isaac Ainhorn.

 Primeiro, quero me deter nas razões de o porquê devemos adiar esse Processo nº 1321, o veto total do Prefeito Municipal sobre um Projeto que dispõe - e é importante dizermos isso - sobre demarcação de faixas de estacionamento livre para carga e descarga em frente às bancas de jornais. Estamos debatendo com o Ver. Reginaldo Pujol, e queremos conversar com cada Liderança, sobre a importância de que a SMT mantenha as tratativas da construção que está sendo efetivada junto ao Sindicado dos Transportadores de Carga e Descarga - fui corrigida pelo meu companheiro, Presidente do PT, Ver. Guilherme Barbosa -, mas, de toda forma, também existem seis vetos a projetos do Ver. Reginaldo Pujol. Alguém pode observar que talvez haja algum problema nas proposições do Ver. Reginaldo Pujol, mas não há. O Ver. Reginaldo Pujol, nas suas proposições, procura contribuir para a melhoria das condições e do relacionamento na Cidade.

Esse Projeto que li, sobre o qual fui corrigida pelo Ver. Guilherme Barbosa, realmente não está na Ordem do Dia. Corrijo em tempo: está agora em debate o Projeto que estabelece proibição às bancas de jornais e revistas, livrarias, sebos e similares da exposição de publicações sobre armas e munições sem  embalagens lacradas.  É claro que queremos debatê-lo, mas solicitamos esse adiamento, num primeiro momento, porque o autor da matéria não está aqui conosco. Queremos viabilizar o pronunciamento do Ver. Reginaldo Pujol, já representado pelo Ver. Gilberto Batista, sobre as razões do seu Projeto e, também, apresentarmos as negociações que estamos estabelecendo sobre cada veto. Não estamos fechados ao diálogo, mas o fundamental é que as pessoas não pensem  que os projetos foram vetados sem razão. Sobre este, especificamente, existe o fato de que essas revistas não vêm lacradas na sua origem. Então, estaremos estabelecendo uma normatização que obrigue a cada banca de jornal a colocação de  um lacre. Isso, mais a forma de fiscalização da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, precisa ser debatido, mas o mérito da proposta do Ver. Reginaldo Pujol não será ignorado por nós. A proposta do Ver. Reginaldo Pujol contribui com a  luta contra a  violência. Estamos encaminhando sobre o mérito do Projeto, mas também sobre o mérito do porquê precisamos adiá-lo, considerando sua expressiva importância .Então, peço aos meus Pares a possibilidade desse adiamento, porque estamos em um processo de diálogo referente a cada Veto do Sr. Prefeito.

Absolutamente não aceitamos qualquer caracterização que se faça a respeito do nosso Prefeito Municipal ou da Administração Popular, utilizando a questão do Veto à Av. Oswaldo Rolla. Existe grandeza em todos aqueles que conseguem fazer o diálogo.  Aqueles que não conseguem enxergar a grandeza - inclusive os oradores que me antecederam na tribuna - talvez não sejam grandes iguais. O Prefeito Municipal apresentou as razões técnicas pelas quais estabeleceu o Veto à Av. Oswaldo Rolla, que era conhecida, historicamente, como Av. Cascatinha. Mas, pelo apelo da sociedade, pelo debate que promovemos, pela unanimidade que construímos nesta Casa, o Sr. Prefeito acabou se somando a nós. Isso é bonito, é positivo, estamos debatendo, estamos mostrando a disposição para o diálogo. Estejamos agora, pelo menos,  perto da grandeza do ato político do Prefeito Raul Pont. Muito obrigada. 

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar. 

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fiz questão de vir a esta tribuna porque lembro que esse foi um Projeto extremamente polêmico e que me despertou grandes dúvidas. Com todo o respeito ao talento, ao brilho e à experiência do Ver. Reginaldo Pujol, autor da proposta,  e que, momentaneamente, não se encontra no Plenário, mas o documento fala por ele, e não vejo por que não discuti-lo. Entrando no mérito do Projeto, reflito que podemos estar agindo, muitas vezes, na conseqüência e não da causa dos problemas. É evidente que, muitas vezes, agir na causa é muito mais demorado, demanda um esforço muito maior. Mas aí o processo se torna preventivo, e realmente nós eliminamos o problema. A dificuldade é saber se esse Projeto é eficaz, eficiente, efetivo em relação às finalidades meritórias e às intenções do Projeto. Porém, ele saiu daqui, foi aprovado, e as razões do Veto - o Sr. Prefeito tem todo esse direito, e é do sistema democrático o Veto do Executivo - é por considerá-lo contrário ao interesse público.

Em segundo lugar, é incontroverso que quaisquer penalidades devem estar descritas minuciosamente na Lei, cabendo ao Decreto regulamentador, por ser norma hierarquicamente inferior, apenas a tarefa de explicitar o texto legislativo, jamais podendo ir além do mesmo.

Pois eu considero que essas duas razões não seriam as razões reais que, na opinião deste Vereador, deveria ser aposto veto, porque o Projeto é, indiscutivelmente, a favor do interesse público. Hoje, não há mais discussão a respeito das causas da violência, e uma delas é a reprodução cíclica, através de qualquer tipo de imprensa - escrita, falada e televisionada - de cenas de violência, que são causa e conseqüência desse tipo de problema.

Por outro lado, a matéria, e principalmente o seu espírito, merecem uma discussão maior, porque tenho muitas dúvidas em relação não só à eficácia do Projeto, mas ao Veto do Prefeito pelas razões que ele alega.

Se houvesse Veto, ele poderia ser apenas em função da ineficácia do texto da Lei, não por causa de uma regulamentação que não possa ir além do texto legal ou por contrariar o interesse público. Nos dois casos em que está baseado o Veto Total e, por isso,  parece-me fundamental a aprovação da transferência deste debate,  não só pela ausência do autor, mas, principalmente porque ele precisa ser aprofundado e, mais do que isso, precisam ser esclarecidas algumas formas e algumas alternativas até de modificações. E por que não pela idéia e pelo mérito da intenção do Projeto? Por que não um outro projeto em que se aja na causa do processo educativo, na fiscalização e, especialmente, na fonte, que são as Editoras e não as bancas de revistas, apesar do mérito e da importância que este Projeto tem hoje, quando a violência é o tema do nosso dia a dia? Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a ética  e a tradição, nesta Casa, têm-nos ensinado e demonstrado que todas as vezes em que se pede  adiamento de um processo que interessa a um Vereador ausente, de imediato se consegue. Não havia o que  discutir, Sr. Presidente, mas, de qualquer forma, eu registro a minha desconformidade. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GIBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fui obrigado a vir a esta tribuna como autor do Requerimento de adiamento, por uma Sessão, deste Projeto, pelo fato de o Ver. Reginaldo Pujol não estar presente no Plenário e para dar possibilidade, através do adiamento por uma ou até duas Sessões, para discutirmos mais atentamente esse Veto do Prefeito Raul Pont.

Concordo plenamente com o Ver. João Dib no sentido de que, nesta Casa, no ano de 1997, os requerimentos de adiamento, quando os Vereadores não estavam presentes, esta Casa votou sem problema algum. Então, não vejo motivo para a Casa, hoje, entrar nesse mérito da discussão desse Requerimento, justamente por o Ver. Reginaldo Pujol não estar presente no Plenário, e quando ele estiver aqui vai discutir o Veto, vai discutir o Projeto juntamente com os demais Vereadores, tanto os da oposição como os do Governo, para ver se vamos derrubar o Veto, ou se realmente vai ficar como está. Então, Sr. Presidente, a minha vinda à tribuna é para justificar o adiamento, somente porque o Ver. Reginaldo Pujol não está hoje aqui presente no Plenário. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar pela Bancada do PTB.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois da fala e do Ver. João Dib e, por último, do encaminhamento do Ver. Gilberto Batista, vou plagiar o Ver. João Dib: o simples se resolve com o simples. O mais simples seria o que encaminhou agora, o Ver. Gilberto Batista. Todos os Vereadores que nos antecederam  - e o único que foi criticado foi o Ver. Isaac Ainhorn - discutiram o mérito do Projeto, o mérito do Veto. Nós estamos encaminhando apenas o adiamento da discussão do Veto ao Projeto de Lei do Ver. Reginaldo Pujol, pelo fato de o Vereador não se encontrar presente. Por isso a Bancada do PTB, com certeza, vai votar acompanhando o Ver. Reginaldo Pujol, mas iremos discutir o mérito no dia e no momento propício. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Gilberto Batista,  solicitando o adiamento do PLL nº 86/97 por uma Sessão. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 2758/97 - VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/97, de autoria da Vera. Tereza Franco, que autoriza o Executivo Municipal a indenizar os detentores de mandato eletivo municipal cassados por Ato Institucional do Governo Militar.

 

Parecer

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: Há um pedido de adiamento por uma Sessão, assinado pela própria autora. Em votação o Requerimento de adiamento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1949/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/96, que autoriza a permuta do imóvel de Dinah Nichele, sito na Av. Campos Velho, 1086, pelo próprio municipal sito na Rua Silveiro, 290.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto e rejeição da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto e rejeição da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII da LOM.

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 041/96 - Processo nº 1949/96. (Pausa.)

 

 O SR. ISAAC AINHORN (Esclarecimento):  Sr. Presidente,  eu gostaria de saber o teor da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Emenda nº 01 diz: (Lê.) "Inclua-se  parágrafo único ao art. 4º, como  segue: serão aplicados juros constitucionais em cada uma das parcelas vincendas". Emenda assinada pelo Ver. Pedro Ruas.

Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 041/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3111/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 047/97, que cria função celetista regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, pertencente ao Quadro Celetista em Extinção na Administração Centralizada do Município, e dá outras providências. (assessor jurídico)

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Ávila: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 047/97 - Proc. 3111/97. (Pausa.) Em votação. (Após a chamada.) APROVADO por 24 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação o Requerimento  nº 37/98, relativo ao Proc. 580/98. Trata-se de Moção de Solidariedade à FRASAP e à ABAP, em sua luta pela averiguação de responsabilidade pela dívida de empresas e instituições junto ao INSS, de autoria do Ver. Gerson Almeida. O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. É bem provável que uma moção desta natureza não precisasse sequer ser encaminhada neste Plenário que,  por dezenas de vezes, através de Vereadores das mais diversas Bancadas,  têm-se manifestado em relação ao tema. No entanto, parece-me importante para que alguns esclarecimentos sejam feitos, antes que o centro do debate seja mudado para questões de caráter menor.

Recentemente, um Deputado Federal do Partido dos Trabalhadores de São Paulo recebeu, depois de meses de solicitação, uma relação do Governo, através do Ministro da Previdência, dos cem maiores devedores do INSS de todos os estados da Federação. Apenas a relação dos cem maiores devedores do INSS, no caso do Rio Grande do Sul, chega no valor de quase um bilhão de reais: são 966 milhões de reais, só no Rio Grande do Sul. No debate que tem, nos últimos meses, ganho curso no nosso País, o principal argumento do Governo Federal para a reforma da Previdência, que, a rigor, não é uma reforma da Previdência, é uma destruição da Previdência Social em nosso País, um ataque fantástico a direitos trabalhistas, a direitos consagrados há muitos anos na Constituição Nacional, que ataca pensionistas, aposentados e os trabalhadores da ativa, alegando que seriam responsáveis pelo grande déficit da Previdência. Os valores têm mudado, à medida dos interesses do Governo. No orçamento federal do ano passado a previsão de déficit estava, Ver. Pedro Ruas, em dois bilhões. Nas declarações do Ministro da Previdência, chegaram a cinco bilhões, quando da véspera da votação do projeto de reforma na Câmara Federal. Agora, nas últimas declarações, chegam a oito bilhões. Por aí, já está difícil de termos algum dado mais concreto, palpável e com credibilidade. Portanto, vamos trabalhar com o dado que o Ministro da Previdência, autoridade máxima desse setor, tem colocado, que são cinco bilhões. Só no Rio Grande do Sul, os cem maiores devedores, segundo a relação dada - é claro que essa relação pode ter vários questionamentos, portanto, eu não quero me fiar nela 100% -, chega a quase um bilhão. Logo é muito razoável supor que, resgatados os déficit com a Previdência, nós possamos, tranqüilamente, resolver esse déficit que é alegado como principal fator dos ataques feitos aos pensionistas, aos aposentados, e não apenas a esses, mas, especialmente, aos trabalhadores da ativa.

Eu quero, antes que a discussão ganhe outro rumo, porque já escutei hoje de uma rádio local, que na relação dos cem maiores devedores, que consegui junto à Associação Beneficente dos Aposentados e Pensionistas, está também a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não há nenhuma dúvida de que o Ver. João Dib, por exemplo, está inscrito para quem sabe, até tratar esse assunto, se é do seu conhecimento, e o trataria como crítico não só pertinaz, mas qualificado, da Administração Popular de Porto Alegre, porém, às vezes, equivoca-se na sua crítica também.

Quero dizer que me acautelei, no sentido de buscar, junto ao Secretário da Fazenda, a certidão negativa de dívida da Prefeitura Municipal de Porto Alegre junto ao INSS.

A Prefeitura de Porto Alegre honra os seus compromissos com o INSS e, nesta relação, aparece como devedora, porque o INSS tem uma muito particular forma de tratá-la, assim como, acredito, trata as outras prefeituras.

O INSS não deverá tratar apenas uma prefeitura desta forma, que é a de colocar como déficit da Prefeitura, todos os déficits de empresas que, eventualmente, a ela prestaram serviços, tanto é que temos ganho todas as ações judiciais nesse sentido.

Então eu quero, com esse encaminhamento, justificar o apoio de todas as Bancadas a essa luta, porque é pelo financiamento do INSS, algo tão fundamental para a seguridade social e para a tranqüilidade de todos os trabalhadores da ativa, assim como dos aposentados e dos pensionistas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra encaminhar.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em boa hora, o Ver. Gerson Almeida coloca esta Moção à discussão, à apreciação e à votação, neste Plenário.

Há dias, eu encaminhei, nesta Casa, uma indicação ao Sr. Presidente da  República para que cobre, como é do seu dever, as dívidas da Previdência Social de três grandes empresas: VARIG, VASP e TRANSBRASIL. Olhem os Senhores que a proposta destas três grandes empresas aéreas  foi de que, em troca dos seus débitos, daria passagens ao Governo.

Ora, imaginemos, se nós tivéssemos a  circunstância de um pequeno empreendimento ser multado, ou que houvesse uma averiguação de dívida junto ao fisco, junto  à  Previdência Social,  e o dono do bolicho dissesse: "Eu dou em troca alguns quilos de feijão".

Imaginem V. Exas como agiria o Governo Federal!

Mas, são três grandes empresas, três potentes empreendimentos, Ver. Gerson Almeida. Aí aparece,  nas páginas dos jornais, a proposta. É inaceitável. Dívidas com o fisco, com a Previdência Social, devem ser pagas como manda a lei.

E aí, Ver. Gerson Almeida, nós estamos vendo que aquilo que deveria ser pago aos aposentados não acontece, porque a Previdência é deficitária, dizem eles: "É porque a Previdência tem problemas; porque tem a dona Georgina e companhia  limitada". Mas, existem georginas e companhias limitadas, porque há uma irresponsabilidade dos governantes.

Por isso, em boa hora, V. Exa coloca em debate, em votação esta Moção de Solidariedade a esses companheiros que através da sua Associação, da sua Federação trabalham, lutam incessantemente para que a sua dignidade seja resgatada, para que aquilo que foi uma contribuição de milhares e milhões de brasileiros reverta para quem é de direito. A parte do trabalhador não tem jeito mesmo, lhe é descontado automaticamente, sempre está em dia com a Previdência. 

Enquanto isso, muitos empreendimentos, apesar de descontar do empregado, de quem desconta em dia, não repassam. Portanto, estão fazendo uma apropriação indébita, além de sonegar e burlar o fisco.

Por isso apelo às Sras. e Srs. Vereadores para que aprovemos a Moção proposta pelo Ver. Gerson Almeida.

Para concluir, quero dizer e repetir que a VARIG, VASP e TRANSBRASIL devem  e, se devem, têm que pagar. Muito obrigado.

    

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a moção de solidariedade, tanto quanto outras moções, tem uma importância maior do que normalmente se imagina, na medida em que ela demonstra, de forma definitiva, a posição desta Casa Legislativa sobre um tema dessa relevância. Quando os  representantes da Federação Rio-Grandense de Associações de Aposentados e Pensionistas, da Associação Beneficente de Aposentados e Pensionistas da Grande Porto Alegre, e outras associações receberem, desta Casa Legislativa, a Moção de Solidariedade à sua luta, não tenho dúvida de que essa luta, esse espírito combativo, essa demonstração de cidadania será reforçada. Por isso, a moção de solidariedade,  para uma causa como essa, tem a maior importância, e é nesse sentido que vale a pena pedirmos, desta tribuna, o apoio dos nobres Pares àquilo que está ao nosso alcance. Em momentos como este, não raramente, pouca coisa está ao nosso alcance, porque muito pouco em termos de projetos, em termos de legislação, nós podemos fazer, Vera Sônia Santos.

Na verdade, entre o pouco que está ao nosso alcance, modestamente, há uma Lei em Porto Alegre que só admite a concessão de "habite-se" para empreiteiros e empresários da construção civil que tenham certidão negativa de débito junto à Previdência Social. Ora, essa pesquisa, essa investigação a que se propõem essas entidades, é da maior importância. Por isso defini como um gesto de cidadania, porque não é por serem eles representantes de aposentados que isso é importante e,  sim, porque para todos nós essa investigação é importante, para saber por que determinado débito não foi saldado e  por que o Poder Público não cumpre a sua parte. Isso não quer dizer que haja fraude ou que haja algum ilícito de ordem penal, mas significa, fundamentalmente, que há entidades, Ver. Cláudio Sebenelo, que há pessoas preocupadas com esses débitos, que são sérios, graves e importantes, e que nós temos, na minha modesta opinião, a obrigação de nos solidarizarmos com essas pessoas. O que vamos fazer, a partir de agora, com a Moção de autoria do Ver. Gerson Almeida, que com certeza deve ser aprovada, pelo menos pela maioria desta Casa. Mas, mais do que isso, acho que demonstra uma posição do Legislativo com relação a esses débitos da Previdência Social. Demonstra a posição da Câmara Municipal que, historicamente, tem se posicionando de forma muito firme com relação a débitos dessa natureza. Portanto, o nosso encaminhamento é pela aprovação da Moção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Moção de Solidariedade do Ver. Gerson Almeida seria devidamente apropriada se não houvesse, por trás dessa Moção, uma evidente manifestação, um evidente sintoma do ano eleitoral que se inicia. E mais do que isso, evidentemente,  qualquer um de nós aqui  é solidário com a FRASAP e com a ABAP, por dois motivos: realmente existem problemas graves em relação ao processo de aposentadoria; existem devedores da Previdência. Existem em geral grandes empresas, muitas falidas, em situação falimentar. Existe exatamente essa cifra de, apenas computando os cem maiores devedores, dá quase um bilhão de reais. Mas que isso tenha sido, como está aqui, "o principal argumento do Governo Fernando Henrique, especialmente, através do seu Ministro da Previdência, para justificar os ataques em curso aos direitos dos aposentados e pensionistas, assim como aos trabalhadores da ativa", não é verdade. Então, a sua  Moção, Ver. Gerson Almeida, tem a solidariedade da Bancada do PSDB e deste Vereador, mas o que está em análise aqui é indiscutivelmente os problemas previdenciários brasileiros, porque é indispensável que se reforme a Previdência. Gostaria, Ver. Gerson Almeida, que houvesse a mesma solidariedade ao Sindicato dos Funcionários Municipais nos seus pleitos, nos problemas dos aposentados da Prefeitura, no seu hospital, o Hospital Municipal, pelas dificuldades que eles enfrentam e que, principalmente, houvesse solidariedade com os funcionários do Pronto Socorro Municipal. A grande maioria deles não ganha a GIT, quando trabalha 30 horas por semana, em comparação com os de 40 horas, que ganham o incentivo. Isso não está escrito na lei, é uma discussão jurídica que está sendo disputada na justiça. É uma injustiça grave essa discriminação para com as pessoas que não ganham incentivo técnico. Eu gostaria que toda a vez que houvesse qualquer injustiça em relação aos funcionários da Prefeitura Municipal, houvesse a mesma solidariedade do Ver. Gerson Almeida..

 

O SR. PRESIDENTE: Eu peço ao Vereador da tribuna um favor: esta Casa foi desrespeitada, porque um Processo que estava em cima da mesa foi apanhado e rasgado, neste exato instante, pelo Ver. Clovis Ilgenfritz. Eu faço questão de comunicar isso à Casa e peço licença ao orador da tribuna, porque isso não pode acontecer. Não é um desrespeito a este Vereador, é um desrespeito a toda a Casa.

Portanto, quero fazer esse registro e dizer que nós vamos encaminhar aos setores competentes desta Casa essa ocorrência, neste Legislativo, para que a orientação mais sábia possa ser encaminhada a esta Mesa, porque acredito que a Casa não pode ser desrespeitada dessa maneira. Eu, enquanto Presidente, não o permitirei.

O Ver. Cláudio Sebenelo pode retomar a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, quero dizer da nossa  solidariedade à ABAP e à FRASAP. Não votaremos a favor da Moção de Solidariedade, que fica abastardada na medida em que toda vez que houver problemas de relacionamento entre funcionários municipais, deve haver também a solidariedade do Ver. Gerson  Almeida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pediria que a Diretora Legislativa encaminhasse à Procuradora da Casa o documento que foi rasgado e peço orientação da Procuradoria para as ações desta Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Desejo fazer um esclarecimento em relação a essa matéria que agora foi colocada pela Presidência. Na verdade este Secretário não havia apregoado esse Requerimento, pois não havia as assinaturas necessárias, não estando, assim, em conformidade regimental. Devolvi o Processo ao Vereador proponente. Então, o processo não havia sido retirado da mesa, apenas estava em posse de quem o propôs. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Todos os Vereadores sabem que um processo, depois que deu entrada  nesta Casa, passa a pertencer a Casa. O que acontece é apenas uma exigência regimental, que é a coleta de assinaturas para que possa ser votado.

 

O SR. PAULO BRUM (Questão de Ordem): Estamos votando a Moção de Solidariedade aos aposentados?

 

O SR. PRESIDENTE: Moção de Solidariedade à FRASAP e à ABAP - Federação e Associação de Aposentados - em sua luta pela averiguação de responsabilidade pela dívida de empresas e instituições junto ao INSS. Esclareço que já está estabelecido por esta Casa que não se votam as justificativas.

 

O SR. PAULO BRUM: A Bancada do PTB acompanha o voto da Moção.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar pela Bancada do PPB.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não posso deixar de fazer aqui um registro da posição defensiva do eminente Ver. Gerson Almeida da Silva, ex-Líder do PT; ele fez  a defesa prévia em relação ao meu pronunciamento. Eu sempre voto contra moções de repúdio a pessoas, voto contra moções de repúdio a entidades, mas propus uma moção...

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, peço licença a V. Exa. Solicitei a Diretora Legislativa que mandasse o Processo que foi rasgado para a Procuradora. O Ver. Clovis Ilgenfritz tirou o Processo de cima da mesa e o está levando. Peço licença e desculpas ao Ver. João Dib, mas esta Casa não pode ser desrespeitada pela segunda vez, porque se essas coisas continuarem, não teremos mais condições de votar os processos.

Suspendo a Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h33min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 10h56min):  Estão reabertos os trabalhos. 

O Ver. João Dib continua com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, iniciava o meu pronunciamento, em relação a essa Moção de Solidariedade, dizendo da inteligência do Ver. Gerson Almeida, que fazia "habeas corpus" preventivo, ou seja, fazia uma defesa prévia. Por certo alguma coisa lhe pesava na consciência. Dizia também que não voto Moção de Repúdio contra pessoas, ou entidades. A única vez em que propus uma Moção de Repúdio foi sobre uma declaração insensata de uma Deputada, e não recebi o apoio de ninguém da Bancada do PT. Eu apoiaria todas as moções de solidariedade, ou de repúdio, melhor dito, à demagogia. Todas as Moções de Repúdio à incoerência. Vejam que são idéias, não são pessoas, mas eu não posso aceitar que o Partido dos Trabalhadores proponha algo para os aposentados porque não ouvi a voz do Partido dos Trabalhadores no caso dos aposentados da Prefeitura. Não ouvi a voz do Partido dos Trabalhadores em apoio ao Sindicato dos Municipários, às suas justas reivindicações, e nem ao Sindicato da Câmara Municipal. Nenhuma vez ouvi o apoio da Bancada Petista a essas duas entidades, que também têm aposentados. Especificamente, eu não ouvi uma Moção de Repúdio à Administração Prefeitural, ou de apoio aos aposentados da Prefeitura, aos técnico-científicos que obtiveram na Justiça, por liminar, a decisão de que a Prefeitura deveria pagar a gratificação de incentivo técnico. Como houve uma liminar e não havia escapatória, a Prefeitura do Partido dos Trabalhadores pagou para os trabalhadores aposentados, durante cerca de 4 ou 5 meses, a Gratificação de Incentivo Técnico a que eles tinham direito. Mas essa mesma Prefeitura age, sempre, contra os seus servidores. Era claro, inegável, insofismável; estava escrito com todas as letras e continua escrito com todas as letras na Constituição Brasileira que aos aposentados se transferem as vantagens dos que estão em atividade. Mas o Prefeito buscou recurso contra a liminar concedida e conseguiu que ela fosse cassada até o julgamento do mérito.

Quando cassaram a liminar, eu não vi nenhum Vereador do PT se manifestar. Por isso lhes falta coerência, moral para fazer uma proposição a favor de aposentado. Ou se faz para todos ou não se faz para nenhum. Eu não vi nenhum deles reclamar contra a violência da Secretaria Municipal da Administração, da Secretaria Municipal da Fazenda e do Prefeito também, que, em duas vezes, retirou aquilo que já havia sido pago. Vejam que quando a liminar favorece o cofre da Prefeitura, eles são rápidos e rasteiros. Eu não vi nenhuma proposição de Vereador do PT para que se cumprisse o Estatuto do Servidor Público Municipal. Houve servidor público municipal que, porque foi descontado em duas vezes, recebeu, no fim do mês, 70 ou 80 reais. Nenhum petista reclamou. Agora eu quero uma moção do Partido dos Trabalhadores a favor dos aposentados da Prefeitura. Eles ganharam a GIT na Justiça e a estão recebendo, mas naquele ano e pouco em que a Prefeitura tomou o dinheiro dos aposentados, eu não vi nenhum movimento da Bancada do Partido dos Trabalhadores para que eles sejam ressarcidos, o que é seu direito. Isso eu chamo de desonestidade.

Eu entenderia que uma Prefeitura que não tivesse dinheiro, que não tivesse superávit não pagasse os seus compromissos, mas a Prefeitura de Porto Alegre! Agora querem se solidarizar com os aposentados dos outros; os aposentados da Prefeitura têm outro tratamento. Demagogia, incoerência não me permitem me associar à aprovação da propositura do nobre e eminente Ver. Gerson Almeida, que já fez a sua defesa prévia. Vou encaminhar contrariamente, vou votar contrariamente, mas não deixo de dizer para todos eles: saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Sras. e Srs.  Vereadores, estamos ocupando a tribuna para falar a respeito da Moção à Federação das Associações dos Aposentados, que busca averiguar as responsabilidades das dívidas das empresas junto ao INSS. Inicialmente, quero dizer que sou favorável a essa Moção, porque é obrigação do Poder Público a investigação dos débitos para com o Governo. Quando esses débitos são da área da Previdência, a sociedade deve com mais rigor e mais rapidez buscar uma ação junto ao Poder Público.

Esta Casa tem, ao longo da sua história, acompanhado a discussão dos trabalhadores aposentados na garantia dos seus direitos. A nossa solidariedade se constitui em ato político de respaldo à própria associação que faz essa reivindicação e também ao Governo,  para que ele possa cumprir com sua obrigação com maior rapidez. O fato de a Prefeitura de Porto Alegre - e aí eu tenho uma pequena divergência com o Ver. João Dib - não cumprir sua obrigação para com os trabalhadores aposentados, o fato de os Vereadores do PT apoiarem os aposentados que fazem essa reivindicação em nível federal e não terem feito nenhuma moção de solidariedade aos trabalhadores aposentados funcionários da Prefeitura, não nos pode servir de argumento para que não nos solidarizemos com a Federação dos Aposentados. Eu acredito que devemos estar solidários com todos os trabalhadores aposentados, que lutam por seus direitos e que reivindicam dos poderes o cumprimento de suas obrigações. É óbvio que, nessa atitude, há uma flagrante contradição por parte do Vereador que apresenta essa Moção, porém uma moção, quando é aprovada pela Casa, quando ela é aprovada pela maioria dos Vereadores, ela se transforma em uma opinião, em uma posição do Legislativo de Porto Alegre, e deixa de ser a posição de um único Vereador, mesmo que ele seja o proponente. Nesse sentido, acredito que a Câmara Municipal de Porto Alegre deve apoiar a Moção dos aposentados que reivindicam a investigação dos débitos das grandes empresas junto ao Governo. É evidente que devemos estender essa luta a todos os trabalhadores, em todas as esferas do Poder, inclusive, o Ver. João Dib tem feito isso com muita freqüência, apontando essas contradições.

Essa deve ser uma posição política da Câmara que vai  reafirmar a sua tradição histórica de ter uma posição política sobre os grandes problemas nacionais e dos trabalhadores, independente de estarem ou não em nosso Município. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Na medida em que dois Vereadores que fizeram o encaminhamento, anteriormente, se manifestaram em relação a um suposto débito da Prefeitura para com os aposentados, requeiro sejam solicitadas mais informações e documentos em relação a isso, porque a Moção que estamos discutimos trata de dívidas de empresas com o INSS, fartamente documentadas, para que possamos depois nos manifestar sobre esse assunto.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Mais do que um requerimento faço um apelo, porque a questão da dívida do INSS deve ser dividida entre aquelas pessoas que estão com a sua dívida sem discussão e aquelas que discutindo, inclusive. Esse é o caso da Câmara Municipal de Porto Alegre que foi autuada em um levantamento feito pelo INSS,  há uns três anos,  no valor de oito milhões de reais, que é a Previdência Social sobre os seus cargos em comissão, e a Câmara Municipal entende que não é devido. Seria uma temeridade votarmos um Requerimento dessa natureza. Faço um apelo ao Ver. Gerson Almeida para que retire seu Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, é descabido o pronunciamento de V. Exa. já que o Requerimento está sendo encaminhado da tribuna.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Vou tomar a liberdade de ler a Moção. (Lê.)

“MOÇÃO DE  SOLIDARIEDADE

O Vereador que esta subscreve requer a V. Exa. que, após os trâmites regimentais, seja aprovada a manifestação de solidariedade desta Casa à Federação Rio-Grandense de Associações de Aposentados e Pensionistas e à Associação Beneficente dos Aposentados e Pensionistas da Grande Porto Alegre em sua luta pela averiguação de responsabilidade diante da monstruosa dívida de empresas e instituições junto ao INSS.

O suposto déficit do INSS tem sido o principal argumento do Governo Fernando Henrique, especialmente através de seu Ministro da Previdência, para justificar os ataques incursos aos direitos dos aposentados e pensionistas, assim como aos trabalhadores  na ativa.

A Associação está buscando, junto à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, esclarecimentos relacionados às ações de cobrança dos devedores do INSS, cujo total da dívida dos cem maiores é de 966,9 milhões. Portanto, quase um bilhão de reais”.

Gostaríamos de parabenizar o Vereador por esta Moção de Solidariedade. Uma das funções nossas, como Vereadores, é de fiscalizar e aqui pede averiguação. Averiguação é buscar algo. Ninguém está condenando as empresas. O que se quer é que, se essas empresas, que são devedoras se, após os trâmites regimentais, forem condenadas, nós não sejamos complacentes com elas.

Temos obrigação e direito, como trabalhadores deste País, de ver o quanto antes essas empresas ressarcirem os cofres públicos. Essa é nossa obrigação. Temos que ser solidários com os trabalhadores. Isso é de todos os trabalhadores, porque nos últimos tempos, com a discussão da reforma da previdência, o cálculo dos últimos 36 meses da aposentadoria, ou seja, três anos, está sendo proposto para ser revisto para cinco anos (60 meses), fazendo com que o tempo de contribuição e esta média seja achatada; fazendo com que o trabalhador, no momento da sua aposentadoria, receba menos.

O que nós temos que fazer de uma vez por todas neste País é impedir  que aquele cidadão que trabalhou a vida inteira, na hora de usufruir sua aposentadoria, ganhe cada vez menos. Nós temos que parar com isso. Os direitos são de todos, não pode haver partido político, tem que ser uma bandeira de todos os cidadãos.

O PSB é totalmente favorável a esta Moção de Solidariedade que pede a averiguação dos 100 maiores devedores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos cumprimentar o Presidente do PTB de Lajeado, Darci Tonine, juntamente com Sandro da Silva, Delegado do PTB, e o Márcio Tonine, que estão presentes, visitando o nosso Plenário nesta Sessão Plenária. Muito obrigado.

A Vera. Sônia Santos está com a palavra.

 

A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Não farei uso dos cinco minutos, porque o assunto já foi sobejamente discutido, analisado, avaliado, pelos meus Colegas que me antecederam. Mas, de forma especial, eu gostaria de me referir à fala do Ver. Pedro Ruas, através da qual a nossa Bancada se sente representada. Com muita sabedoria, falou o Ver. Pedro Ruas. Da mesma sorte, falou o Ver. Carlos Garcia. Nós, como Casa Legislativa; nós, como seres políticos que fomos eleitos pelo povo; nós que, aqui, nesta Casa, representamos os cidadãos de Porto Alegre, com mais de um milhão de habitantes, nos solidarizamos à atitude desta Federação, desta Associação. Realmente nós, como Casa Legislativa, temos que visar sempre à justiça. A solicitação de averiguação que faz esta Federação e esta Associação cabe, sim, para este momento, como bem disse o Ver. Carlos Garcia, a Previdência deste País está sendo discutida e está sendo tirado do cidadão, daquelas pessoas que durante anos contribuíram, aquilo que é seu por direito. Isso é uma injustiça, e nós não podemos compactuar com isso, por isso, a nossa Bancada, o PTB, vota favoravelmente a essa Moção de Solidariedade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento  nº 37/98 (Processo nº  580/98 - Moção de Solidariedade à FRASAP e à ABAPGP.) (Após a chamada.) APROVADO por 21 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.)

“Declaração de voto

Solidário à FRASAP e ABAPGP, mas não concordo com a justificativa por detrás da qual insere-se um ganho político secundário.

                                                                   (a) Ver. Cláudio Sebenelo”

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Esclarecimento): Sr. Presidente, há alguns instantes atrás, eu precisei me retirar do Plenário para atender a uma demanda do Sr. Mauro, que está aqui e que estava me esperando no gabinete. No momento anterior, eu estava com o Projeto que protocolei ontem para que se modifique o Regimento a fim de possibilitar um rito especial para a discussão do Plano Diretor, como é do conhecimento de V. Exa. O Projeto não foi apregoado, porque não tinha as assinaturas. Este Vereador sentiu que poderia colher as assinaturas, mas não quis fazê-lo, em detrimento a uma decisão de que a Mesa estaria autorizada a fazer uma resolução. Por motivos pessoais e para mostrar a minha intenção de fazer aquele Requerimento, eu combinei com alguns Vereadores que eles assinassem para eu poder apregoar, mas sempre dizendo que iria retirá-lo à medida em que eu tomasse conhecimento do Requerimento da Mesa, o qual eu não fui convidado a assinar. Então, eu aguardei esse momento, mas senti que havia uma pressão no Plenário, uma vez que V. Exa. poderia achar que o nosso Requerimento causaria problemas, até porque V. Exa. chamou alguns Vereadores, que ficaram surpresos e começaram a retirar as suas assinaturas. Para não criar problemas e em respeito à posição que a Mesa assumiu, porque foi proposto em uma reunião entre Mesa e lideranças, eu retirei o Projeto. Aliás, nem cheguei a devolvê-lo, porque ele estava com o Secretário e passou às minhas mãos, para que eu colhesse as assinaturas. Uma vez que não havia onze assinaturas.  E, realmente, numa atitude que poderia ser considerada extrema e que não teve essa intenção, eu rasguei o Projeto e disse: "Não tem mais Projeto, não tem mais problema e não se preocupem mais".

Então, V. Exa. há de convir que este Vereador não fez nenhum ato que pudesse estar desrespeitando a Mesa ou a Instituição. O que eu fiz foi pegar um Processo que era meu e que não havia sido sequer  apregoado. Eu quero que fique claro a V. Exa. que nós respeitamos a posição da Bancada, que foi colocada na mesa por meu intermédio e aceita pelas Lideranças, e que aceitamos esse encaminhamento tranqüilamente. O que eu não poderia  deixar é de exercer o meu direito de fazer o Requerimento. Mas, uma vez que senti que ele ira causar problemas, eu retirei. E depois, precisei atender a uma demanda. Caso contrário, eu teria ficado em Plenário, até porque ficou ruim para mim. Não sei o que ficou mal entendido.

Quero que fique claro a V. Exa  que não houve, em nenhum momento, o interesse de desrespeito a quem quer que seja.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Clovis Ilgenfritz, V. Exa que já presidiu esta Casa, no ano passado, sabe muito bem que um Processo, depois que dá entrada no Protocolo,  já começou a tramitar na Casa.

A formalidade de colhermos as assinaturas é que dá direito ao apregoamento do Processo. Se não colhermos as assinaturas, o Processo não poderá ser apregoado. O Processo depois que deu entrada no Protocolo pertence à Casa e, por isso, somente através de um Requerimento de V. Exa à Mesa  é que esse Processo poderia ter sido retirado. Esse Processo não precisaria de votação para ser retirado, o Plenário não precisaria votar, mas V. Exa teria a obrigação de fazer o Requerimento à Mesa para retirá-lo, já que ele pertencia à Casa. Ele apenas não tinha os pareceres necessários para que o Plenário pudesse votar.

Então nós aceitamos, Ver. Clovis Ilgenfritz, as desculpas de V. Exa pelo ato, mas, se V. Exa quiser retirar o Processo da Mesa, V. Exa terá que fazer um requerimento, e esta Presidência, imediatamente, sem nenhum problema, vai deferir a retirada de seu Projeto. Mas, para que isso aconteça, deve haver um requerimento. V. Exa não pode simplesmente pegar o Processo e rasgá-lo.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, perdoe-me voltar à Questão de Ordem, uma vez que o assunto precisa ficar totalmente esclarecido. A Mesa entendeu que não poderia apregoar o documento, porque ele não possuía as onze assinaturas necessárias. Então, não valia. Ele não foi apregoado e eu entendi que não precisava fazer um requerimento. Mas, agora, recebo a orientação da Mesa e faço o requerimento. Pronto, não há nenhum problema. Eu não quero sair dos trâmites regimentais, até porque estou pedindo uma mudança no Regimento justamente para poder  trabalhar dentro dele. 

 

O SR. PRESIDENTE: Está deferido o Requerimento de V. Exa, retirando da Mesa o Processo que havia sido encaminhado. Sou obrigado a fazer isso para sermos fiéis ao Regimento.

 

O SR. GILBERTO BATISTA (Esclarecimento): Sr. Presidente, com relação ao pronunciamento do Ver. Clovis Ilgenfritz, quando citou que alguns Vereadores foram pressionados pela Mesa Diretora para retirarem as suas assinaturas do Projeto, eu gostaria de dizer que isso não é verdade, pois fui um dos Vereadores que assinaram-no e, depois,  retirei minha assinatura por orientação do meu Partido,  justamente para não causar a polêmica que poderia ser causada por esse Projeto. Saliento que de maneira alguma houve algum tipo de pressão da Mesa Diretora em relação à  retirada da minha assinatura desse Projeto.

 

O SR PRESIDENTE: Agradeço a V. Exa.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero dizer que o Ex-Presidente desta Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz da Silva, merece  todo o  meu respeito e apoio. Ele me procurou, hoje pela manhã, pedindo que eu inserisse a minha assinatura no seu Requerimento, em função de divergências normais e eventuais havidas na reunião das Lideranças realizada ontem, na sala da Presidência; divergências essas caracterizadas por questões ideológicas. Inclusive, eu apus minha assinatura ao documento  pelo respeito que tenho pelo Vereador e mais do que isso, fiz uma observação: “Para fins de inscrição e encaminhamento para debate”. Não que eu tivesse qualquer vinculação com a proposta. No momento em que eu soube que haveria duas propostas da mesma Mesa - e isso  incompatibilizaria o endosso da minha assinatura ao Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz - eu o procurei e disse-lhe que pedia licença para retirar a minha assinatura. Isto é fundamental que se diga: não fui pressionado pela Mesa, até para se restabelecer a mais cristalina realidade.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Nós avaliamos que a indicação da Presidência está dentro dos trâmites previstos no nosso Regimento e que já existe um Requerimento da Mesa, construído a partir das lideranças da Casa, da Mesa Diretora, inclusive com a participação destacada do Ver. Clovis Ilgenfritz na proposição de muitos dos elementos que contém esse Requerimento indicado pela Mesa.

Então, neste sentido, queremos entender que a questão está encaminhada da forma mais correta e manifestar a nossa concordância por um desfecho e um encaminhamento que nos parece correto  e que contribui para o processo legislativo.

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento que está na Mesa, que foi construído pela Diretora Legislativa desta Casa, ontem, foi assinado por quatro Vereadores,  antes de nós o apregoarmos e  acabou sendo  apregoado sem as assinaturas dos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Reginaldo Pujol, exatamente porque eles ainda não se encontravam no Plenário no momento em que estávamos colhendo as assinaturas necessárias. Então, só por esse motivo é que esses Vereadores não apuseram as suas assinaturas, eles que pertencem à Mesa Diretora dos trabalhos.

 

(Foram aprovados os demais Requerimentos constantes da Ata.)

 

A Vera Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, ocupo o tempo de Liderança do meu Partido, o PMDB, para falar sobre um acontecimento da maior importância para as famílias gaúchas. Elas, em 1998, vão contar com novas matrículas na escola pública: 47.579 vagas serão abertas nas escolas estaduais do Rio Grande do Sul.

As escolas públicas do Estado iniciam suas aulas no dia 3 de março contando, pela primeira vez, com um documento introdutório ao padrão referencial do currículo, construído através de uma discussão democrática durante todo o ano.

Atualmente, 33.699 professores se inscreveram para concorrer às 4000 vagas que serão abertas, procurando suprir as necessidades escolares. Esse cadastro fica disponível e os professores terão contratos temporários de um ano. Porém, serão selecionados por comissões técnicas formadas por diversos segmentos ligados ao ensino. Falando nessa conquista da sociedade do Rio Grande do Sul, é importante lembrarmos que o Concurso realizado em 1995 segue em vigor, e os professores serão chamados conforme a ordem de prioridade. Fiz questão de registrar esse avanço na área educacional do Rio Grande, porque vivemos num país onde o próprio Ministério da Educação admite que tem um milhão e quinhentas mil crianças, entre sete e quatorze anos, ainda sem escolas. A decisão do Governo do Estado do Rio Grande do Sul em fazer as modificações necessárias para que quase cinqüenta mil matrículas, nas escolas públicas do Estado, sejam criadas só pode ser reconhecida como uma conquista de cidadania. Acompanhamos o esforço da Secretária Iara Wortmann que, ao lado do Governador Antônio Britto, construiu novas modalidades para o crescimento e a expansão das escolas públicas no Estado. Registramos esse fato, na área educacional, não como uma obrigação partidária, mas como o reconhecimento de uma conquista de um Estado que sempre se coloca como modelo na área política para outros estados brasileiros, e que na área da educação, a área mais sensível da sociedade, tem que evidentemente receber prioridade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como é bom o processo democrático, porque podemos falar do mesmo assunto com visões diferentes! É exatamente sobre o novo ano letivo das escolas públicas estaduais que nós vamos falar hoje. Primeiramente gostaríamos de agradecer à Vera Clênia Maranhão e à própria Secretaria de Educação, que nos instrumentalizou com os Decretos-Leis  assinados pelo Governador do Estado, relativos ao porquê do atual contrato temporário, que nós respeitamos mas temos algumas divergências. Primeiramente, no ano passado foi  amplamente discutido, e no início deste ano foi aprovado - no nosso entendimento, um maléfico Plano de Carreira -    tivemos oportunidade de discorrer, aqui nesta Casa, o porquê dos malefícios, principalmente quanto à situação de mestrado e doutorado, que, nas universidades, já têm suas dificuldades, imaginem mestrado e doutorado, em nível fundamental e médio.

Mas a Secretaria de Educação abriu no Diário Oficial um edital cadastrando professores do dia 12 a 18 de fevereiro, durante 5 dias. E nesses 5 dias, 33.699 (trinta e três mil, seiscentos e noventa e nove) professores se inscreveram, mostrando que realmente existem, e muitos,  professores à disposição. E um detalhe que a população tem que estar atenta, e nós temos sempre que divulgar, é que o salário desse professor tem o  seu básico em  121 reais. Mas no Magistério Público Estadual ninguém que estiver em registro de classe, ganha menos que 250 reais. Esses docentes vão  ministrar as 20 horas /aulas por 250 reais. Outro detalhe que gostaríamos de chamar atenção, e é aqui que eu não consigo entender, por que o  Governo do Estado, já sabendo dessa dificuldade, não agilizou no ano passado um novo concurso público. Até porque, com o novo concurso público e o  novo Plano de Carreira essas pessoas ao ingressarem já estariam dentro desse novo Plano. Porque esse tempo de serviço ele conta, mas ele não conta tempo depois em um novo Plano. Ele vai ter que após efetuar o concurso, ingressar e ficar dois anos em interstício. São situações que na realidade são emergenciais e a título precário, mas que o próprio Governo, no nosso entendimento, quer fazer economia e não está procurando realmente qualificar o corpo técnico-docente do magistério público do Estado do Rio Grande do Sul.

Portanto, é exatamente aqui a nossa divergência, até porque, no bojo da regulamentação do cadastro, o Governador diz que fica extinto o banco de concursados, com alguns critério, só que foram cinco dias, 33.699 e hoje já está na CORAG a publicação mostrando que o Governo tinha condições de se estruturar. Cinco dias, quase 37 mil pessoas e num prazo de 48 horas tem condições de informar, através do Diário Oficial do Estado que sairá hoje, a publicação de todas as pessoas que serão nomeadas.

 Portanto, o Governo do Estado cumpriu o seu papel de, ao começar o ano letivo, não deixar lacunas de docentes; mas, ao mesmo tempo, entendemos que negligenciou no fato de não abrir um novo concurso público. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta Administração do Partido dos Trabalhadores na Prefeitura é extremamente difícil, até para ser elogiada, não é que ela não tenha alguns méritos, tem  méritos até.

No dia 20 de agosto do ano passado, eu fiz um Pedido de informação no qual eu queria saber sobre consultoria especializada na análise quantitativa e qualitativa das guias de apuração do ICMS, em Porto Alegre. A Prefeitura me respondeu em, exatamente, 140 dias depois. É claro que é objeto de um requerimento meu à Comissão de Justiça para examinar essas colocações do Prefeito, sempre transgredindo a Lei Orgânica, que diz que o prazo para pedidos de informação, conforme o artigo 94, é de  trinta dias, prorrogáveis por mais quinze se forem solicitados. Não solicitaram e atrasaram 140 dias. Perguntava sobre a empresa que fez essa apuração das guias de ICMS, porque interessa muito à Prefeitura de Porto Alegre e, conseqüentemente, ao povo porto-alegrense. O ICMS é uma das  maiores fontes de receita da Prefeitura, 25% dos valores arrecadados pelo Estado são repassados aos municípios, e desses 25%, cerca de 13%  podem ser acrescidos em razão desse estudo que a Prefeitura faz, pertencem à Prefeitura de Porto Alegre. No mês de janeiro, a Prefeitura deve arrecadar doze milhões de reais este ano, diferente dos oito milhões de reais do ano passado, o que faz o Ver. Adeli Sell já começar a guardar o dinheiro para pagar o chapéu que ele me prometeu se a  arrecadação do ICMS  superasse os cento e quarenta e cinco milhões de reais. E vai superar tranqüilamente! Mas vou esperar o inverno para comprar o chapéu acompanhado do meu amigo competente, Ver. Adeli Sell.

Mas vejam a Prefeitura fez o primeiro contrato com empresa porto-alegrense - o que é muito importante - em setembro de 1989. Era uma preocupação da Administração para melhorar a sua arrecadação. O que é muito bom, deve ser elogiado, e elogio sem nenhuma restrição. E era tão grande a expectativa da administração da Prefeitura com a possibilidade de aumentar a arrecadação  do ICMS, porque a apuração das guias pode proporcionar esse aumento, pois se Porto Alegre arrecada mais, vai receber mais também e isso só o Município é que pode fazer. E eu,  em 85, quando saia da Prefeitura também pedi uma apuração para uma empresa porto-alegrense para que a Prefeitura pudesse nos anos seguintes receber mais ICMS. E a preocupação da Prefeitura, na época do Prefeito Olívio Dutra e do Secretário João Verle, foi tão grande que esse contrato primeiro foi aditado reiteradas vezes, quase uma dezena de vezes. E agora, ultimamente, fez um novo contrato para verificar o que está ocorrendo com o ICMS arrecadado no Município. Esse novo contrato data de 22 de janeiro de 1998. Meus cumprimentos à Administração Fazendária da Prefeitura, neste momento, pela inteligente aplicação de recursos para melhorar  a arrecadação do ICMS no Município de Porto Alegre, e que dará melhores condições a Porto Alegre. Porto Alegre arrecadando mais ICMS para o Estado, aumenta o seu índice, que é hoje superior a 13%. Saúde, paz, e sucesso  à Administração Municipal com mais ICMS para as obras em Porto Alegre.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):  Sr. Presidente, com o adiamento que ocorreu, hoje, pelo menos em duas matérias, que são dois vetos, obviamente eles foram adiados por uma Sessão, deverão vir à Pauta na próxima quarta-feira. Consulto à Mesa se temos condições de conhecer a Ordem do Dia prevista para  a próxima quarta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa informa que os avulsos que estão faltando serão distribuídos ainda no dia de hoje.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

 O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na semana passada, o empresário responsável pelo Projeto Hermes, Eng. Leônidas Elmanovitz publicou no jornal uma matéria  com o título: “Sim, menos no meu quintal”, porque todas as pessoas que possuem residências privilegiadas em Porto Alegre não permitiriam, próximo a sua casa, outras construções. Pois foi solicitado, pela Associação dos Moradores do Bairro Três Figueiras, ao Laboratório de Sistemas de Transportes, presidido pelo Prof. Luiz Antônio Lindal, PHD em Engenharia de Trânsito e o Eng. André Bresolin Pinto, mestrando da UFRGS, um laudo do Relatório para analisar o estudo do tráfego desenvolvido para o Projeto Hermes  pela Empresa EPM-Consultoria Representações Ltda., que consta nas folhas 817 e 901 do Processo na Procuradoria-Geral da Justiça. Baseando-se em uma longa análise feita em um Processo absolutamente científico, do qual tenho cópia, chegou-se às seguintes conclusões:

1 - Lacunas importantes na análise do estudo da Empresa EPM: com relação a estacionamento, o estudo da EPM não analisa a questão da adequação de vagas propostas para o empreendimento. Circulação interna e filas: o estudo da EPM não avalia a circulação interna dos veículos no empreendimento. Projeção dos volumes de tráfego: o estudo da EPM incorpora a nova rede, mas não contempla  os volumes de tráfego gerado em relação aos desvios decorrentes  da implantação da futura perimetral em Porto Alegre.

2 - Deficiências metodológicas: relação-volume como determinante dos níveis de serviço de aproximação. A relação volume-capacidade, empregado pela EPM, para determinação do serviço de aproximação das intersecções semaforizadas não é uma prática corrente no meio técnico nacional e internacional. Isso afeta todas as considerações referente a modificações dos níveis de serviço, das aproximações e das intersecções;

Crescimento do tráfego de 95 para 97: a análise é muito superficial pois retrata casos pontuais, em que a variação é muito grade.

Definição da área de estudos: o Relatório desenvolvido não especifica critérios que norteiam a definição da área de estudo.

Tráfego gerado pelo empreendimento: o Relatório não apresenta os cálculos que embasaram  os volumes de tráfego gerados pelo empreendimento.

Distribuição espacial do tráfego gerado: no Relatório não consta nenhum método.

3 - Omissões e Erros

A comparação do estudo anterior da   EPM  de 95 com a de 97 verifica que não são idênticos na medida em que foi retirado o cruzamento da Carlos Gomes com a Protásio Alves da análise de 1997.

Conclusões do Relatório da EPM

Estranhamente o Relatório apresenta, em seu final, dois capítulos nº 4, intitulados "Conclusão" e os textos desses dois capítulos diferem. Existem erros de dados apresentados na página 887, pois a capacidade da Rua Rio de Janeiro,  a única saída do investimento não é de 3.800 veículos nos dois sentidos.

E assim vai durante um exaustivo laudo, em que consta uma série de erros, omissões e lacunas que estão presentes no Relatório. E pasmem os céus: isso foi aprovado pela Prefeitura Municipal!

E dessa forma estamos engolindo, durante muito tempo, uma série de autorizações e violências ao ambiente natural, que apenas podem ser contestadas por esse tipo de documento assinado por titular e pela instituição UFRGS, comprovando tudo aquilo que o Ver. Dib e outros Vereadores, inclusive este, falaram em relação ao Projeto "Hermes". Aqui está a comprovação da incompetência e, principalmente, da inabilidade da área pública em relação a esse tipo de empreendimento que agride não só a população de Porto Alegre, mas a nossa inteligência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Vou abordar um assunto que está sendo debatido à exaustão já há alguns dias na imprensa sobre o caos da saúde pública, nesta Cidade.

Hoje, na página 38 de “Zero Hora”, diz: “Região Metropolitana engrossa a crise do problema de leitos nos Hospitais de Porto Alegre”. E cita: “A Santa Casa propôs a criação de mais 400 leitos, pelo SUS, mas a Prefeitura diz não ter recursos para tanto”.

Os problemas oriundos da superlotação dos hospitais de Porto Alegre se dão por problemas que alguns hospitais estão enfrentando, como é o caso do Hospital de Cachoeirinha, onde está sendo feita uma reforma para abertura imediata. O Instituto de Cardiologia assumiu a parte do Hospital de Cachoeirinha. Em Alvorada, diz a reportagem: “Colocou à disposição 25 dos 50 leitos existentes na Unidade Materno-Infantil”.  Com o aporte que o  Governo do Estado destinou ao Hospital de Alvorada, permitiu a reabertura desses 25 leitos. Gravataí não tem nenhuma significação no atendimento do SUS  e em Viamão,  o Hospital está descredenciado pelo SUS.

Na reportagem, o Dr. Rogério Pires, que é Superintendente do Hospital Conceição, frisa um aspecto que eu vou levantar. Ele diz: “Nesses Municípios, os Prefeitos, os Secretários de Saúde, colocam a culpa, na maioria das vezes,  no Governo do Estado, por falta de recursos do Governo Federal para implementar a saúde do Município”. Eu concordo com o Superintendente Rogério Pires, quando ele diz: “A falta de recursos não pode ser desculpa, porque  basta se organizar e municipalizar a saúde para ter verbas”. É esse ponto que eu quero abordar. Esses municípios alegam falta de recursos na área federal, mas realmente falta organização, porque desde o início da gestão do Secretário Estadual da Saúde, Germano Bonow, ele caminhou, dentro da Secretaria,  o plano de municipalização da saúde em muitos municípios do Estado do Rio Grande do Sul. E aqui, na Grande Porto Alegre, houve várias negociações, algumas eu acompanhei - sendo oriundo da Secretaria Estadual da Saúde - e pude perceber que em alguns municípios - nesses que citei - os prefeitos não tiveram nenhum interesse com a municipalização da saúde naquela região. É o caso de Cachoeirinha, o Prefeito de lá, do PDT, não aceitou uma negociação com a Secretaria da Saúde por ser a folha de pagamento do hospital de mais de 250 mil reais. Esse motivo leva o hospital a um baixo atendimento à população e não ter a estrutura adequada para atender às pessoas, que são inúmeras naquela região. Em Alvorada é uma briga constante, a prefeita é do PT e se nega a municipalizar a saúde no seu município, alegando os mais  diversos problemas que poderiam acontecer com essa municipalização, mas deixando a população desse Município à  mercê desse atendimento público na área da saúde.

Eu quero dizer que isso vem desembocar em Porto Alegre, ocasionando essa superlotação. Nessa mesma reportagem, o Ver. Henrique Fontana que já foi Secretário,  sabe bem, o Joaquim Climon, Gerente de  Regulação de Serviços de Saúde da Capital, reconhece que a redução dos leitos partiu da Prefeitura. Então eu gostaria de solicitar desta tribuna, ao Presidente da Casa, que fosse convocado o Sr. Secretário Municipal da Saúde para prestar todo e qualquer tipo de esclarecimento a esta Casa. O Sr. Joaquim alega que essa redução do número de leitos foi para conter gastos. A população não está entendendo muito bem essa redução do número de leitos, que aconteceu de 97 para cá. Este Vereador solicita, então, que possa ser chamado o Sr. Secretário para dar a explicação devida à população de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Comunico ao Vereador que há pré-requisitos  regimentais  para que V. Exa. faça esse Requerimento.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra  em Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Gostaríamos, neste momento, usando  o espaço de Liderança do  Partido Democrático Trabalhista, de fazer uma manifestação pessoal.  Um assunto que os jornais do dia de hoje registram é a possibilidade da participação do PDT na Administração Municipal de Porto Alegre, a exemplo do que igualmente os jornais do dia de hoje registram sobre o ocorrido na Cidade de Caxias do Sul,  onde o PT, através do seu Prefeito Pepe Vargas, convidou o PDT para integrar algumas Secretarias, entre elas, a de Planejamento Urbano. Se eu não me engano, são três Secretarias em nível evidentemente de primeiro escalão.  Gostaríamos de colocar uma posição muito clara em relação à aliança que se  esboça. Entendemos que o PDT deve ter a sua candidatura própria ao Governo do Estado, sem prejuízo de uma aliança no segundo  turno,  mesmo que venha a ocorrer nas reuniões em nível regional e  nacional do PDT, marcadas para março;  e a nacional,  que vai definir  sobre a coligação, a 19 de abril. Essa questão não envolve, sob hipótese alguma, a aliança e a participação do PDT na Administração Municipal da Cidade de Porto Alegre,  dentro da ótica trabalhista. Queremos registrar isso até porque a aliança que se esboça e se projeta é de natureza política, seja em nível estadual, seja em nível nacional, que se encontra em andamento. Agora, a questão local, antes de mais nada, por ser local e de natureza administrativa, tem como fórum próprio as zonais do PDT de Porto Alegre e também a Bancada de Vereadores na Câmara Municipal; a exemplo do PDT de Caxias do Sul, em âmbito municipal, que mantém uma aliança, hoje, inclusive com participação governamental; como tem com o PMDB na cidade de São Borja, ocupando o PMDB cargos de primeiro escalão na administração do Prefeito Maurer, igualmente a outras alianças mais incomuns e singulares. O PDT tem uma aliança em Arroio dos Ratos com o PFL, onde o Prefeito é do PFL e o Vice-Prefeito é do PDT.

Temos uma visão crítica em relação à administração de Porto Alegre e que vem sendo já esboçada nas últimas administrações do PT, nos questionamentos formulados, nos grandes embates eleitorais ocorridos em Porto Alegre, seja na última eleição, quando o nosso candidato à Prefeitura, Deputado Vieira da Cunha formulou uma crítica muito forte ao perfil da administração do PT em Porto Alegre. Crítica essa respaldada pelos Vereadores, que não concordaram e rejeitaram, no final da Sessão Legislativa do ano passado, o abusivo aumento do IPTU que a Administração Municipal tentava praticar na Cidade de Porto Alegre. E outras questões de ordem administrativa, como a do Orçamento Participativo;  temos uma visão crítica com relação à fórmula eleitoreira implantada no Orçamento Participativo, como temos em relação à questão da EPATUR.

Resumindo a posição, o entendimento de que os eventuais acordos e coligações, em nível estadual e nacional, não têm nenhum amparo numa possibilidade de aliança e de participação do PDT na Administração Municipal.  E digo mais, conheço o perfil das zonais de Porto Alegre e sei que elas não aceitam uma  posição dessa natureza. Muito obrigado.           

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ocupo o espaço destinado a minha Bancada,  PTB,  para mais uma vez prestar esclarecimentos a esta Casa. Nós fizemos uma denúncia, na semana passada, a respeito de um caso de discriminação contra uma cidadã portadora de deficiência física que queria concorrer a Conselheira Tutelar. Temos a grata satisfação de informar aos Srs. Vereadores que, ontem pela manhã, recebemos a visita do secretário do Vice-Prefeito, Sr. José Fortunati,  que nos trouxe a informação de que o Vice-Prefeito estaria, pessoalmente, imbuído de interferir, junto à comissão eleitoral,  para que o nosso recurso fosse aceito. Queremos, por isso, destacar a sensibilidade do Vice-Prefeito e temos a convicção de que, também, é a posição do Prefeito Raul Pont. Isso nos dá a certeza de que a nossa denúncia tinha fundamento e nos dá a plena convicção de que a cidadã, Sra. Magda Viviane, terá os seus direitos adquiridos e poderá participar da eleição à Conselheira Tutelar de Porto Alegre.  O que nos deixa perplexos são fatos como esses que vêm acontecendo nos dias de hoje em nossa Cidade: fatos que não reconhecem o cidadão portador de deficiência como um indivíduo capaz de assumir as suas lutas, as suas vitórias, as suas derrotas.

Fiquei sabendo, hoje pela manhã, que a Secretária do Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre, minha amiga, colega, lutadora que participou do pleito à eleição de Vereadores de Porto Alegre, Ioli Cruz, é paraplégica, e numa cadeira de rodas ela tão bem desempenha as suas atividades como Secretária do PT. Dentro dessa  visão da Comissão Eleitoral, se a Dona Ioli quisesse concorrer à conselheira,  não teria direito.

Vejam V. Exas. em que ponto estamos! Temos a convicção de que fatos como esses jamais serão aceitos por nós, Vereadores, pela sociedade, enfim, por todos os cidadãos de Porto Alegre.

Quero ainda registrar que, na terça-feira passada, nós, como Presidente da Federação Rio-Grandense de Entidades de Deficientes Físicos, tivemos a grata satisfação de contar com mais uma filiada. Queremos parabenizar a comunidade de Gravataí pela primeira Associação de Deficientes Físicos daquela Cidade; saudamos o seu Presidente, Antônio Marquez, também bravo lutador que, em cima de sua cadeira de rodas, vem desenvolvendo um bonito trabalho junto àquela comunidade.

É importante que passemos a nos organizar porque só assim, através de uma luta consciente em busca de nossos objetivos, é que fatos como esses que têm acontecido  jamais voltarão a ocorrer em nossa sociedade.  Muito obrigado.

                         

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero iniciar o meu pronunciamento, em nome da Liderança do Partido dos Trabalhadores, dizendo que neste ano de 1998 nós temos uma tarefa fundamental e a responsabilidade a que somos chamados, como partido, é a mesma a que os partidos do campo popular e democrático são chamados em todo este País, em particular, no Rio Grande do Sul.

Quero destacar aqui a atitude positiva, a ação concreta, manifestada, realizada, a partir  da nossa direção, na Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, sob o comando do Prefeito Pepe Vargas, quando viabiliza, a partir do debate político das grandes questões que estão pautadas para o povo brasileiro e para o povo gaúcho, bem como para o povo daquela Cidade. A incorporação, a participação e a contribuição que já existiam, mas, neste momento, se afirma concretamente na gestão pública dos companheiros do Partido Democrático Trabalhista - PDT, na Administração Municipal daquele Município.

Queremos dizer que a grandeza desse gesto é o símbolo que mostra para o conjunto da nossa população o quanto nós conseguimos, acima de tudo, os interesses do conjunto do nosso povo, como norte para a nossa participação na administração pública.

Não serão os desafetos, os  mal-entendidos, as situações particulares, nas quais incluo o pronunciamento, nesta tribuna, do Ver. Isaac Ainhorn, que inviabilizarão o desejo político de um povo, dos trabalhadores e dos nossos partidos, de conformarem, neste Estado e neste País, uma aliança que consiga responder ao desafio da nossa época.

E o nosso desafio, o qual assumimos, Ver. Carlos Garcia, Líder do PSB, é justamente o de apresentar o nosso projeto de coerência, de responsabilidade, e que já se unifica na prática quando votamos conjuntamente contra a Reforma da Previdência, quando denunciamos no Congresso Nacional, através do bloco da oposição, o que significa para os trabalhadores o autoritarismo e a corrupção capitaneada através do Palácio do Planalto na venda de votos, penalizando o conjunto da Nação Brasileira, os aposentados e todos os trabalhadores deste momento e do futuro do País.

Já temos uma aliança, a nossa aliança se dá nas lutas, na contraposição ao projeto neoliberal, se dá na busca dos direitos humanos, se dá, Ver. Pedro Ruas, quando denunciamos e apresentamos um projeto que busca resgatar os direitos da cidadania de cada cidadão, desde a infância; quando denunciamos os contratos que estão sendo feitos pelo Governo do Estado, neste momento, de 4000 professores, à margem da legalidade, sem considerar a caminhada que fizemos neste País, para que no serviço público se ingressasse pelo expediente do concurso. Esta denúncia da forma que o Governo Antônio Britto, da forma com que o Governo Fernando Henrique Cardoso, das maiorias que se estabeleceram no Congresso Nacional e no Parlamento Gaúcho, submetendo esses parlamentos aos interesses do Poder Executivo, que é serviçal do grande capital internacional, que no Rio Grande do Sul atende à GM, mas dá as costas ao pequeno produtor rural, à pequena empresa. É só ver quem utilizou os recursos do FUNDOPEM.

Srs. Vereadores, Ver. Isaac Ainhorn, nós estamos construindo esse projeto. E este projeto tem um ponto alto, do gesto político positivo do PT, PDT, PSB e de todos os partidos que venham a compor esta aliança, que é uma aliança política, não é uma aliança de interesses secundários, é uma aliança política com grandeza. E o gesto político do Prefeito Pepe Vargas, dos companheiros do PDT e do PT merece ser destacado.

E assim quero pronunciar em nome da Bancada do PT, o nosso desejo de que  esse diálogo se amplie e que, aqui em Porto Alegre, sejamos também felizes na construção desta possibilidade, em nome do povo de Porto Alegre, do povo gaúcho e do povo brasileiro. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa, respondendo Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol,  que os Projetos que estarão na Ordem do Dia, na próxima quarta-feira, serão  aqueles Vetos que hoje tiveram adiamento por uma Sessão.

Passamos ao período de

 

EXPLICAÇÃO PESSOAL

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós nos reuniremos na próxima quarta-feira, às 14 horas, para continuarmos os trabalhos que esta Casa vem fazendo com muita proficiência nesta Legislatura, como nas anteriores.

A minha preocupação com o cumprimento da Lei é algo permanente. A Lei Orgânica do Município deixa muito claro, absolutamente claro, que o Município tem dois poderes: o Poder Legislativo e o Poder Executivo. O Poder Legislativo é a síntese democrática de 100% dos cidadãos porto-alegrenses, porque este Plenário se compôs, a partir dos votos atribuídos às Bancadas, que totalizam os 100% dos votos concedidos aos Vereadores. Então nós, 33 Vereadores, somos a síntese democrática de todos os eleitores. Mas essa mesma Lei Orgânica diz que os dois Poderes são iguais e harmônicos; vale dizer que se respeitam, que sabem até onde podem ir, quando começa a autoridade do outro poder.

Parece que a Prefeitura Municipal usa a Lei quando esta lhe é conveniente. Os discursos do PT são feitos de acordo com a sua conveniência.

Ainda esta semana, ouvia num debate sobre regularização fundiária, que as  reintegrações de posse não poderiam ser feitas com violência. Não poderiam ser demolidas casas com  pessoas dentro. Mas em dezembro do ano passado, aqui na Av. Loureiro da Silva, a Administração Prefeitural demoliu casas com as pessoas dentro. E não é que o Ver. João Dib não tivesse solicitado ao Secretário de Obras que parasse; que não tivesse falado com o Prefeito Raul Pont. Não. Nada servia. Quando é para o PT, as coisas se processam de forma diferente. Mas tudo isso que estou falando agora é porque na madrugada de hoje ouvi o Prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, dizendo que, apesar das liminares que impediram as obras da Pista de Eventos no Parque Marinha do Brasil, os estudos continuavam para pista ser implantada ali.

Ora, isso é um profundo desrespeito à Câmara Municipal.

Não é hoje a primeira vez que eu falo; eu falei aqui em cinco de janeiro, na presença do Dr. Raul Pont, falei ao Dr. Fortunati: não pode executar a obra sem a autorização do Legislativo. É desrespeito ao Poder Legislativo. E é tão verdade isso que eu mostrei aqui para o Prefeito

Em dois de junho de 1995, a Prefeitura de Porto Alegre - a Prefeitura administrada pelo PT - pedia autorização para fazer a Pista de Eventos no local onde hoje pretende fazer. Mas esse processo foi também sustado na justiça por liminar. Agora, a Prefeitura prefere passar por cima da Câmara Municipal. Esse desrespeito eu espero que não continue. Por isso que eu falei no início em quarta-feira de cinzas É um dia de repensar, de examinar as coisas que fizemos durante muito tempo e até de se posicionar de forma diferente.

Espero que a Prefeitura, através da sua Procuradoria, através da sua Secretaria do Governo, entenda que aqui é um outro Poder e que tem que ser respeitado. E que não falem mais, nem a Secretária de Cultura, nem o Prefeito, nem um dos outros Secretários, que vão construir a Pista de Eventos no Parque Marinha do Brasil, porque a Lei diz que não pode construir: ali é o Parque Marinha do Brasil e tem que ser solicitada autorização para a Câmara Municipal para que isso ocorra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Relembramos que este período é para que o Vereador faça sua intervenção sobre assuntos relativos a atitudes suas nesta Casa, na Sessão ou no seu mandato. Faço esse esclarecimento, porque quando a Sessão chega neste período isso é muito usual.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é muito oportuna a observação do Sr. Presidente e digo mais: quem adentre este recinto ou quem está vendo pela televisão, se não ficar muito atento, pensará que nós estamos, não na Câmara Municipal de Porto Alegre,  e, sim, na Assembléia Legislativa do Estado ou na Câmara Federal ou no Senado, porque muitos assuntos que não se expressam especificamente sobre Porto Alegre são aqui tratados.

Eu, como Vereador de Porto Alegre, gostaria de tratar de assuntos que me preocupam, como,  exatamente, o Pedido de Providências, que é o instrumento que o Vereador tem para propor ao Poder Executivo e solicitar medidas de caráter político ou administrativo que afetam a população. Esses Pedidos de Providências, muitas vezes, não são respondidos. Às vezes são respondidos tardiamente. Tenho, por exemplo, um Pedido de Providência para conserto da iluminação pública na escadaria que dá acesso ao Morro Ricaldoni, e também da rua General Couto de Magalhães, local em que pela ausência de iluminação se aglomeram marginais e drogados, onde já ocorreram assaltos muitas vezes, inclusive com perigo de vida. Esses meus pedidos foram feitos no mês de julho e até agora o Executivo Municipal não tomou providências.

Será possível que tenhamos que recorrer a uma medida judicial, a uma ação cautelar, a uma interpelação judicial ao Sr. Prefeito, para que informe se vai cumprir uma solicitação da população de perigo iminente. Não respondem e não resolvem. Também solicitei uma sinaleira na rua Francisco Petuco, justamente nas proximidades de três colégios, do Província de São Pedro, do Monteiro Lobato e do Anchieta. Essa solicitação foi feita em 12 de novembro. E as aulas serão iniciadas, os escolares irão ter dificuldades no trânsito, perigo de acidente, e nem respondida foi a minha solicitação, quanto menos instalada a sinaleira. A Prefeitura completou a avenida Neusa Brizola, uma bela obra, e logo em seguida, no entroncamento com a Nilópolis, o canteiro aumentou e a pista estreitou-se. Pedi que aumentassem a pista de rolamento da Av. Nilópolis, isso em 24 de setembro, e até agora  não foi feito. Será que estão aguardando o retorno da população das férias para, no congestionamento do trânsito, iniciar as obras? Ora, parece que estão brincando com a Câmara de Vereadores. Não é obrigado a atender aos Vereadores, mas acabamos de ouvir o nosso ilustre Ver. João Dib dizendo que os Vereadores são os representantes de 100% do povo, e não nos atendem. E às vezes uma resposta - isso que me preocupa - temos procurar o orçamento participativo. Novamente num desrespeito aos representantes legítimos do povo. Acho que em defesa da população de Porto Alegre, o Poder Executivo deve respeitar mais adequadamente os Vereadores de Porto Alegre, que lutam pelo bem comum dos seus eleitores e da nossa população. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Explicação Pessoal.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto à tribuna para falar sobre um dos assuntos mais graves, levantado por este Vereador, no início desta Legislatura, que é a falta de uma política de esgotos pluviais e, principalmente,  de saneamento dos nossos arroios.

Queremos mostrar a edição do jornal “Cidade Norte”, de fevereiro deste ano, com um título de chamada na capa "Socorro! o Arroio da Areia está morrendo", e dá ênfase à “Gazeta Mercantil”, que no seu encarte sobre o rio Guaíba, diz que o arroio Areia, encoberto por entulhos, cheio de lixo, já foi batizado pelos ecologistas como o início do fim do mundo.

 

O SR. PRESIDENTE:  Esta Presidência não quer ser descortês, também não quer prejudicar a sua intervenção, está parando o tempo. Este período da Sessão,  segundo dispõe o Art. 184, é  destinado a manifestações de Vereadores sobre atitudes pessoais assumidas durante a Sessão, ou no exercício do mandato.

Talvez, V. Exa, no decurso do seu pronunciamento, vá completar. Apenas eu gostaria de chamar-lhe atenção.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Agradeço a sua explicação. Nunca vi uma explicação mais pessoal do que esta, já que este Vereador, e só este Vereador, tem levantado esse assunto, sem nenhuma resposta, até agora, da Bancada do PT. Especialmente, Ver. Juarez, quando nós fazemos este discurso e a Prefeitura de Porto Alegre, ontem, coloca uma página inteira no "Correio do Povo": "Com menos alagamentos e mais qualidade de vida", em que quase todos os avisos são de desassoreamento, pela constatação de um engenheiro, e das providências de drenagens. Tudo, falta de uma política de esgotos pluviais. A “Revista Ecos”, publicada pelo DMAE e sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal, na sua primeira contracapa publica: “A Prefeitura de Porto Alegre investe na recuperação do arroio Dilúvio”. Como acreditar nessa propaganda com fotos exatamente iguais às de doze anos  atrás do arroio Dilúvio, mostrando favelas dentro do arroio e a ponte totalmente danificada? Se isso há doze anos era verdade, como vou acreditar que o que diz nessa propaganda vai ser realizado? É fundamental que se estabeleça o debate aqui, especialmente com a Bancada do PT. Volto a esse tema na tentativa de que se encontre uma solução para os problemas de alagamento em Porto Alegre e de saneamento dos nossos arroios como, por exemplo, o arroio Areia, o arroio Dilúvio, o arroio do Meio, o  arroio Cascatinha, todos com graves problemas de arenação, causados pelo desmatamento e o não-reflorestamento. Precisamos de  uma política voltada para os recursos hídricos de Porto Alegre. Então, não adianta nada um Pró-Guaíba para, depois, contaminarmos o Guaíba com essa loucura que foi fotografada pela imprensa de Porto Alegre - o arroio Areia - e pelo filme que pude passar para as Lideranças, na sala  do Sr. Presidente. Volto a esse assunto  porque não tenho nenhuma explicação pessoal de ninguém a respeito desse assunto, apenas respostas evasivas da imprensa. Mas não há ainda uma política de esgotos pluviais e de conservação dos recursos naturais na área hídrica, especialmente no arroio Dilúvio, onde desembocam os dejetos de seis hospitais, mais de vinte postos de gasolina, um instituto médico-legal, onde, no seu curso, fica o Instituto de Pesquisas Hidráulicas  da UFRGS e, desde a sua nascente, há um desmatamento importante. E eles ficam fazendo a dragagem quando é indispensável uma estação desarenadora, e isso faz parte de uma política de visão integrada, de um conjunto, e não como um bombeiro a atacar focos de incêndio. O Departamento de Esgotos Pluviais vai em busca das soluções imediatas, sem a visão de tempo e de espaço integradores de um dos mais graves problemas de saneamento, de saúde, e, principalmente, de educação dos administradores. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Visualmente não há quórum. Declaramos encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 12h40min.)

 

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